domingo, 1 de dezembro de 2013

AMOR EM DETALHES

Por Patrícia Leite

Alguém me perguntou se era possível ensinar o que é o amor.

Pensei...Pensei...Pensei...

Mas se os grandes interpretes não tiveram tamanha pretensão, porque eu me arrojaria.
E foi didaticamente que comecei a tecer os fios desta questão. Dois pontos [:] Um prenúncio.

Cartesianamente, enumerei um passo-a-passo.

Para ensinar-me sobre o amor...Ele teria que olhar-me com a complexidade da astúcia e começar a desatar os nós do sentimento.

Conversar como um índio velho que acumulou na pele, nas têmporas e no suor os segredos da natureza.

Como águia... Deveria ele mergulhar no meu olhar em busca de reservados segredos.

Ora como brisa breve, ora como ventania, despiria meus pudores. Mas seria com o calor intenso de um raio de sol que eu o deixaria deslizar ardente pelos meus lábios, rosto e pescoço até chegar aos pés.

Assim, me roubaria ele a inocência. Deveria, ele, ainda e contudo, provocar-me palpitações, fazer minha arquitetura tremer e ruir.

Ao segurar minhas mãos, meu sangue deveria fazer voltas cada vez mais rápidas, e uma catarse deveria ocorrer. Desta forma, todos os dramas desapareceriam.

Mas tudo isso seria apenas sexo. O amor seria então apenas um orgasmo? Algo com muitas preliminares e curta duração? 

Não, o amor é algo não mensurável e que transcende o que entendemos por universo, por espaço e por tempo. O amor é, portanto, algo indescritível. É algo que se sente e se transmite e ponto.

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