Por
Patrícia Leite
Novamente,
pedi tempo...
Para
perdoar, para me recuperar dos fracassos, para aguardar os amores
impossíveis e ele, que nem é o dono do tempo, me disse:
– Tempo
para a vida forjar uma têmpera resistente como diamante, em paz
como um monge e cortante como navalha.
Retruquei...
Mas
que a têmpera siga para além do metal forjado no resfriamento
abrupto. Desejo mais...
Anseio
que a têmpera seja uma pictórica da nossa vida multifacetada e que
tenha pigmentos múltiplos.
Que
a têmpera nos envolva, a tudo e a todos os que são pares,
em uma massa aglutinante
e ressignificada.
Para
no fim...É
o que espero...
Sejamos
todos afrescos
de
gente que sabe seguir em frente a recobrir-se de camadas e camadas de
verniz social, realçando o próprio brilho e os matizes daqueles que
apreciam a transformação promovida pelo tempo.
Porque
para
enfrentar o tempo de espera é preciso
coragem de dizer não em
um pedaço de tempo.
É
preciso encarar o caminho, seus buracos e curvas derrapantes. É dar
a cara a tapa...
Sim,
tudo
passa!!!
O
tempo passa, o ruim
do
tempo passa,
pessoas também passam. Gente fica
para trás no tempo...Tem gente que vem com o tempo e tem gente que
sobrevive ao tempo
O
verdadeiro tempo de ser é o tempo que suplanta sagas.