Por Patrícia Leite
– 16 de Outubro de 2019 –
Aceitando a máxima de
que o amor é o pulso vital de todas as relações e atitudes,
percebo que há uma reflexão a ser feita, para além de toda obviedade que a máxima propõe. Mas falo por mim. É
claro!
Quem quiser entender a minha proposta, embarque
nessa nau comigo.
A viagem não será em vão, garanto!
De certo que o ponto de encontro é o discurso e
esse deve acompanhar a ação!
Apenas alerto aos tripulantes que saio do cais debaixo
de uma enorme tempestade e com ventos muito fortes enchendo as velas dos meus
pensamentos:
O que fazer no intervalo, no espaço que existe para
navegar, para percorrer a lacuna entre o amor [pulso vital] e a morte?
A resposta que você dará a essa pergunta será
determinante para que você viva plenamente ou arrastando-se pelas sombras à
mercê do vento sujo, sem ajustar as velas ou mudar o sentido.
[...]
Num tempo não muito distante essa pergunta passou a
ser o lençol que me cobria todas as noites.
Como tudo começou?? Explico!!!
Era domingo à noite, eu estava feliz com a
velejada e, depois daquele dia inteiro de regata e uma vitória incrível, eu
tinha planos mais tranquilos e relaxantes para depois da entrega das medalhas.
Desejava ver um filminho, comer algo leve e tomar
uma taça de vinho. Todavia, o universo tinha outras organizações para aquela
noite de lua cheia e céu estrelado. Surpreender era apenas uma parte do script.
Tínhamos combinado um encontro para as oito. Em razão do pesado
trânsito, cheguei por volta de oito e dez.
Já havia passado, mais ou menos, um quarto de hora das nove. O documentário já estava no ponto para começar a
rodar. What Happened, Miss Simone? Uma produção de 2015 que eu simplesmente adoro.
Olhei a minha volta...
A meia luz preenchia agradavelmente o ambiente e Nina
Simone enchia a tela com seu bocão e seu sorriso.
Fiquei sem graça de dizer que já tinha assistido, umas
três vezes, o relato da vida real daquela cantora.
Afinal de contas, esse é um lindo filme, uma
produção daquelas que você vê facilmente muitas vezes. E eu veria outra vez de
bom grado, com enorme vontade, disposição e gosto.
Vale destacar que quando o filme ganhou o mundo, a
crítica já dizia que era uma riqueza de trabalho. E é mesmo. Ostenta toda a
grandeza da discografia de Nina e está recheado de gravações inéditas, raras
imagens de arquivo e entrevistas fantásticas.
É um filme que, sobretudo, traz à tona o retrato de
uma das artistas mais incompreendidas de todos os tempos.
Logo meu Poeta sacou que eu já tinha visto o
documentário. Perguntou e eu confessei.
Ainda assim, assistimos o DOC por alguns instantes.
De repente, ele me ofereceu uma outra película: “Beleza Oculta”. Um filme
protagonizado por Will Smith e esse eu ainda não tinha assistido.
Vai rolar uma comédia, pensei. Bom também! Mas que
nada. Eu estava redondamente enganada.
Howard – personagem interpretado por Will Smith –, neste
filme, encena um personagem que está afundado em uma baita depressão, por ter
perdido a filha de seis anos.
Descrente com o mundo, despois da perda da menina,
ele passou a escrever cartas para o AMOR, para o TEMPO e para a MORTE.
A reviravolta do filme acontece quando “o universo”
decide responder a essas cartas.
A Morte, o Tempo e o Amor, para dizer o mínimo, são
incumbidos de ensinar a Howard e, porque não dizer, a todos que assistiram ao
filme, o valor da vida.
Mas, especificamente sobre esse filme, para não dar
spoiler, paro por aqui. A ideia era
só contextualizar, organizar melhor o pensamento.
Quanto a mim e as
minhas reflexões originais é importante dizer que elas foram impulsionadas com uma
velocidade e uma força impensável, a partir do instante em que enxerguei meu
modo de ver o amor [pulso vital] como argumento principal do filme. Proposta
muito bem-posta, especialmente no trecho em que as cartas são respondidas pelo
Amor, pela Morte e pelo Tempo.
O conjunto de todos
os eventos do dia aprimoraram a minha forma de enxergar o mundo e me apontaram o Norte para que eu pudesse
fazer o melhor percurso existente entre o amor e a morte. Cheguei a algumas conclusões muito importantes.
A principal: o amor está em tudo.
A vida é
fundamentalmente um ato de amor no sentido mais amplo. Envolve um bem-estar que
está associado a uma busca por tudo aquilo que é bom e belo na maior e melhor
concepção das coisas.
Quanto ao TEMPO
VIVIDO... Sem amor não teria sentido ou valor. Portanto, nós nada seríamos. Mas
isso não é novidade, não é mesmo?? A gente só não pratica, não exercita esse
segredo vital.
O AMOR já tinha revelado,
na Bíblia [em 1 Coríntios 13:2], seus mistérios. E eu os compartilho com você
aqui e agora:
“Ainda que eu tivesse
o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que
tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse
amor, eu nada seria”.
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