Por
Patrícia Leite
Eu
parecia, de alguma forma, já ter estado naquela atmosfera.
Uma certa
sensação de ausência de gravidade chegou a me tirar o equilíbrio
e a razão.
Ao
ver exibida aquela fotografia, na moderna moldura eletrônica, tudo
o que passou a me envolver foi uma aura de lembrança, cheiros e sons
muito familiares.
Nunca
tinha estado ali, refleti em voz alta. Mas havia algo no som daquela
voz que me fazia ter uma sensação de reencontro.
E aquela forma de
olhar...
Pensei
na possibilidade de ser um caso típico de verosimilhança. Uma
mistura do real e do imaginário. De recordações da infância,
fantasia, sonho, projeção...
Resolvi
relaxar e me deixar conduzir pelo instinto, pela intuição.
Certamente, porque ando meio cansada da tal famosa precaução.
Tatear,
escalar, descer e subir o [des]conhecido...Que mal teria? Afinal, não
existe caminho seguro e talvez até seja esta insegurança que nos
excite, nos incite e nos tire da zona de conforto para revelar algo
novo e encantador.
Partir
rumo ao desconhecido passava a ser uma possibilidade plausível. E o
desconhecido, dialoguei com meus botões, pode muitas vezes não ser
um lugar geográfico mapeado por outros. O desconhecido pode até não
ser lugares virgens. Mas ser apenas a geografia do outro além de
nós.
Decide
deixar o vento me levar... E desde que o vento me leve para onde
estão os meus sonhos, não me importo que ele seja feroz e que no
caminho haja alguns ossos quebrados, hematomas e escoriações.
Levantar
âncoras!! Desfazer amarras!!! Içar velas!! É Hora de começar a
viagem...
Sim,
a viagem começa no planejamento. O caminho é importante. Mas,
muitas vezes, o destino é mais.