terça-feira, 4 de novembro de 2014

DÉJÀ VU

Por Patrícia Leite


Eu parecia, de alguma forma, já ter estado naquela atmosfera. 

Uma certa sensação de ausência de gravidade chegou a me tirar o equilíbrio e a razão.

Ao ver exibida aquela fotografia, na moderna moldura eletrônica, tudo o que passou a me envolver foi uma aura de lembrança, cheiros e sons muito familiares.

Nunca tinha estado ali, refleti em voz alta. Mas havia algo no som daquela voz que me fazia ter uma sensação de reencontro. 

E aquela forma de olhar...

Pensei na possibilidade de ser um caso típico de verosimilhança. Uma mistura do real e do imaginário. De recordações da infância, fantasia, sonho, projeção...

Resolvi relaxar e me deixar conduzir pelo instinto, pela intuição. Certamente, porque ando meio cansada da tal famosa precaução.

Tatear, escalar, descer e subir o [des]conhecido...Que mal teria? Afinal, não existe caminho seguro e talvez até seja esta insegurança que nos excite, nos incite e nos tire da zona de conforto para revelar algo novo e encantador.

Partir rumo ao desconhecido passava a ser uma possibilidade plausível. E o desconhecido, dialoguei com meus botões, pode muitas vezes não ser um lugar geográfico mapeado por outros. O desconhecido pode até não ser lugares virgens. Mas ser apenas a geografia do outro além de nós.

Decide deixar o vento me levar... E desde que o vento me leve para onde estão os meus sonhos, não me importo que ele seja feroz e que no caminho haja alguns ossos quebrados, hematomas e escoriações.

Levantar âncoras!! Desfazer amarras!!! Içar velas!! É Hora de começar a viagem...

Sim, a viagem começa no planejamento. O caminho é importante. Mas, muitas vezes, o destino é mais.