quarta-feira, 19 de julho de 2017

NOBEL EM UM UNIVERSO MASCULINO

Por Patrícia Leite





Em 19 de julho de 1921, nasce em Nova Iorque [Estados Unidos] – Rosalyn Sussman Yalow, pesquisadora norte-americana que partilhou, em 1977, com Roger Guillemin e Andrew V. Schally o Prêmio Nobel de medicina.

Rosalyn recebeu o Nobel pela técnica do radioimunoensaio – utilizada para medir a eficiência de antibióticos e outros medicamentos, além de promover a testagem de sangue de doadores em busca de hepatite e outras doenças.

O mundo da pesquisa científica, na década de 1940, ainda era um universo masculino. Naquela época, as mulheres não eram muito bem-vindas.

Nas famílias consideradas menos conservadoras as mulheres podiam se “aventurar” como professoras. Com Rosalyn não foi diferente. A família queria que ela fosse para o magistério.
Determinada e a frente de seu tempo não seguiu o conselho e conquistou o direito de ingressar no curso que desejava.

Em 1941, a pesquisadora recebeu uma oferta de assistente de ensino em física na Universidade de Illinois. Um trampolim para o próximo passo. No mesmo ano, em setembro, foi para a casa da Universidade de Illinois.

Na primeira reunião da Faculdade do Colégio de Engenharia se deu conta de que era a única mulher entre quatrocentos homens. Isso não a intimidou. O trabalho árduo e a discriminação sutil foram seus companheiros durante todo o percurso acadêmico.

Havia uma carga de ensino pesada para todos, especialmente para Rosalyn que fazia pós-graduação, uma tese experimental que exigia longas horas de laboratório e os preparativos para o casamento.

E tinha a guerra, o enfrentamento da escassez, o racionamento e a chegada de dois filhos. Mesmo assim, com todas as dificuldades, em janeiro de 1945, ela estava as voltas com o Ph.D. em Física Nuclear.

Rosalyn Sussman Yalow foi uma mulher que fez a diferença. Sua pesquisa abriu caminho para a testagem e descoberta de várias doenças a partir do exame de sangue.

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