Por Patrícia Leite
Há 131 anos, operários disseram basta
a jornadas de trabalho escravizantes
Parem as máquinas!
Os ponteiros do relógio registraram
muitas horas, dias, meses, anos... Mais de um século ficou para
trás. O que mudou desde 1º de maio de 1886?
Tic...tac...tic tac...
No chão de fábrica o burburinho
rolava solto... Na hora do almoço, na ida ao banheiro... Um
insuflando o outro:
Vamos?? Temos que ir a luta! Temos que
fazer uma greve geral!? Se não pararmos, nunca seremos ouvidos.
Seremos escravizados para sempre. Os patrões precisam ouvir a gente.
O mundo sempre se dividiu entre os que
mandam e os que obedecem, opressores e oprimidos. Em
Chicago, Estados Unidos milhares de
trabalhadores não aguentavam mais as longas jornadas de trabalho e
resolveram cruzar os braços e foram às ruas reivindicar melhores
condições de trabalho.
Foi um período de conflitos. Nas ruas
policiais e trabalhadores se enfrentavam. Manifestantes morreram
durante os confrontos. A revolta crescia. Foram dias marcantes na
história de luta dos trabalhadores, por melhores condições de
trabalho.
No dia 4 de maio,
num dos muitos conflitos daquela semana, os manifestantes revidaram e
atiraram uma bomba contra os policiais, provocando a morte de sete
homens da corporação.
E esse foi o
combustível que faltava para explodir os ânimos dos dois lados de
uma sangrenta guerra urbana. O caos estava instalado. Policiais
atiravam contra os manifestantes.
O Saldo? Doze mortes e dezenas de
feridos.
Para que as mortes não fossem
esquecidas, passamos a comemorar, no dia 1º de maio, o Dia Mundial
do Trabalho.
Mais de 130 anos se passaram e a luta
entre patrões e empregados persiste. Por um lado, os patrões querem
reduzir os custos operacionais, reduzir o número de empregados...
Enxugar as empresas.
Todos os dias fecham mais e mais postos de
trabalho. Os salários ficam cada vez mais achatados. Os
trabalhadores querem reajustes salarias e melhores condições de
trabalho.
E a corda historicamente não é
elástica e é esticada cada vez mais. A tendência, se ninguém
flexibilizar, é arrebentar. Será que nada aprendemos com o nosso
passado?
Veiculado na Rádio Nacional: http://radioagencianacional.ebc.com.br/geral/audio/2017-04/historia-hoje-operarios-de-chicago-entravam-em-greve-ha-131-anos-nos-estados
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