terça-feira, 2 de maio de 2017

ESCOMBROS

Por Patrícia Leite



Há 31 anos, o mundo ficou perplexo com o maior acidente nuclear da história

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A folhinha no calendário marcava 26 de abril de 1986. Deveria ser mais um dia comum de primavera, para os mais de quarenta mil habitantes de Pripyat, no norte da Ucrânia. Mas à 1h23, da madrugada, daquele dia, todas as flores da colorida estação começaram lentamente a murchar.

Distante dali, a aproximadamente três quilômetros, um teste estava sendo iniciado na central nuclear de Chernobil.

Era apenas um teste que tinha como proposta economizar energia. Mas o preço pago foi astronômico. Uma conta impagável.

Durante 10 dias, a danosa “fogueira” de combustível nuclear ardeu e contaminou três quartos do território europeu. As nuvens tóxicas atingiram especialmente a Ucrânia e os vizinhos Bielorrússia e Rússia.

Mas como isso aconteceu? Por dias, essa era a pergunta que corria o mundo na boca dos repórteres. A resposta veio das vítimas.

“Primeiro ouvimos o som ensurdecedor de uma explosão e vimos a imagem da tampa do reator nuclear número 4 voando pelos ares, depois um incêndio de grandes proporções provocou uma nuvem de vapor radioativo que se espalhou pelo ar”.

A tragédia que, durante três dias foi mantida em segredo pelos soviéticos, contaminou o solo e os animais, resultou em milhares de mortes e doenças.

Mais de três décadas depois... Nos velhos apartamentos abandonados – onde as crianças corriam e cresciam, com a alegria barulhenta que somente elas são capazes de produzir –, ainda há rastros de famílias que abandonaram suas casas, seus pertences e suas vidas.

Pripyat virou uma cidade-fantasma. Por todo lado ruínas... Marcas de histórias interrompidas. Os elementos radioativos ali presentes vão precisar de aproximadamente 900 anos para atingir níveis que permitam ao ser humano voltar a habitar a região.


Sim, é verdade... Ainda hoje naqueles velhos apartamentos há pelo chão brinquedos, livros, roupas, discos... Gotas de histórias que insistem em nos lembrar daquele 26 de abril. E é bom que nos lembre mesmo.

Veiculado na Rádio Nacional: http://radioagencianacional.ebc.com.br/geral/audio/2017-04/historia-hoje-maior-acidente-nuclear-da-historia-completa-31-anos

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