Por Patrícia Leite
Há 31 anos, o mundo ficou perplexo com o maior acidente nuclear da história
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A folhinha no calendário marcava 26 de
abril de 1986. Deveria ser mais um dia comum de primavera, para os
mais de quarenta mil habitantes de Pripyat, no norte da Ucrânia.
Mas à 1h23, da madrugada, daquele dia, todas as flores da colorida
estação começaram lentamente a murchar.
Distante dali, a aproximadamente três
quilômetros, um teste estava sendo iniciado na central nuclear de
Chernobil.
Era apenas um teste que tinha como
proposta economizar energia. Mas o preço pago foi astronômico. Uma
conta impagável.
Durante 10 dias, a danosa “fogueira”
de combustível nuclear ardeu e contaminou três quartos do
território europeu. As nuvens tóxicas atingiram especialmente a
Ucrânia e os vizinhos Bielorrússia e Rússia.
Mas como isso aconteceu? Por dias, essa
era a pergunta que corria o mundo na boca dos repórteres. A resposta
veio das vítimas.
“Primeiro ouvimos o som ensurdecedor
de uma explosão e vimos a imagem da tampa do reator nuclear número
4 voando pelos ares, depois um incêndio de grandes proporções
provocou uma nuvem de vapor radioativo que se espalhou pelo ar”.
A tragédia que, durante três dias foi
mantida em segredo pelos soviéticos, contaminou o solo e os animais,
resultou em milhares de mortes e doenças.
Mais de três décadas depois... Nos
velhos apartamentos abandonados – onde as crianças corriam e
cresciam, com a alegria barulhenta que somente elas são capazes de
produzir –, ainda há rastros de famílias que abandonaram suas
casas, seus pertences e suas vidas.
Pripyat virou uma cidade-fantasma. Por
todo lado ruínas... Marcas de histórias interrompidas. Os elementos
radioativos ali presentes vão precisar de aproximadamente 900 anos
para atingir níveis que permitam ao ser humano voltar a habitar a
região.
Sim, é verdade... Ainda hoje naqueles
velhos apartamentos há pelo chão brinquedos, livros, roupas,
discos... Gotas de histórias que insistem em nos lembrar daquele 26
de abril. E é bom que nos lembre mesmo.
Veiculado na Rádio Nacional: http://radioagencianacional.ebc.com.br/geral/audio/2017-04/historia-hoje-maior-acidente-nuclear-da-historia-completa-31-anos
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