terça-feira, 18 de janeiro de 2022

CHANFRADO

Por Patrícia Leite 
[18.1.2022]




 








Porque a parca noção de tempo que detenho é sempre algo que me escapa? Não sei!

O contador da vida é “eternamente ligeiro” como uma flecha e segue rumo a um alvo imaginário que se pretende sempre atingir...

Penso e pensei várias vezes, ao longo de mais de meio século, que apenas por um “átimo de segundo” gostaria eu de ter o domínio sobre o desenfreado ou de acelerar a lentidão... Avançar... Retroceder... Ir... Voltar...

[...]

Giros completos dos contadores. (RE) encarnação... (RÉ) carnação.

Tenciono ser meio, vezes haste de semicírculo... Quem sabe a corda... Ou a tensão que se subtende arco...

Desejo ser flecha... Dardo, seta, lança... Ponta chanfrada. Todavia, indicativa. Toda. Via.

Ontem, debrucei-me no fio invisível da existência. Pretérita e perdida...

Balancei-me detidamente muitas vezes com o olhar perdido sobre os ponteiros dos relógios.

Sempre deixei a mente rodopiar nos símbolos, luz e sombras que dançam ao som do Tic... Tac...

Por definição, flecha é “símbolo de abertura” ao desconhecido.  

É, portanto, indicação e penetração no alvo. É luz reveladora... É prenhez. Fetação. Mas flecha é, sobretudo, instrumento simbólico de acerto.

“Erro do artefato” que gera vida e não morte. Aparato utilizado pelo CUPIDO para desencadear AMOR, estado de paixão.

Ponteiros... Alvo... Ponto... Flecha... Arco... Tempo... Duração... Entidades.

Mitos que se misturam ao sagrado e ao profano e se escondem entre o profundo e o raso de SER humano e de SER quem se é e nada mais.

[...] Tic... Tac...

Pingo é ponto. Muitas vezes final.


#tempo
#encarnação
#famílialeite
#crônica
#sagrado 
#profano
#tempo
#relógio

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