quarta-feira, 23 de outubro de 2019

DESASSOSSEGADAMENTE FELIZ


Por Patrícia Leite
23.10.2019



















Eu queria escrever tudo que me rondava o pensamento sobre o amor fora do cárcere, desalgemado, livre, mas não consegui.

Então escrevi o que deu, meio de qualquer jeito. Tudo o que me enlouquecia o pensamento eu joguei no papel.

Talvez tenha alcançado algum nível de coerência. Não sei. No momento, nada sei. E como é maravilhosa a incerteza de recomeçar do zero o que nem terminou.

O que está aqui, neste texto, foi o que deu para alcançar. Foi o que dava para ser dito ou revelado ao mundo, sem parecer loucura total. Talvez até nem faça sentido algum e o que importa??

Amar é transgredir! E a energia dissipada por esse sentimento não é estática. Tampouco está aprisionada no conceito de dinâmica.

Então o que era toda aquela energia que, por instantes, me paralisou?? Nem sei dizer.

Só sei que é uma energia maior e mais complexa do que todas as energias de que tenho conhecimento. É um outro pulso qualquer que nem sei definir. Se é que há definição.

Mas, se me permitem um neologismo, eu classifiquei essa nova e desconhecida energia como “oscilônica” = que oscila entre estática e dinâmica e que vibra no compasso de um coração alheio e no meu.

Sim, essa vida é louca. Em um mundo em que ninguém é de ninguém e que tudo é descartável.... Encontrei na curva do seu braço, na batida do seu coração a minha nudez.

Despida de tudo me joguei nesse amor, sem nenhum aparato de segurança. Agora??

Agora, a casa de minh’alma está uma bagunça. Uma deliciosa desordem. É uma nova arquitetura, uma sensação, um efeito ciclônico. E eu gosto dessa zorra toda.  

Sim, a alegria veio me visitar. Arrastou os móveis e se pôs a dançar. Bailava com inquietação, com plasticidade e graça, saltava, se erguia, deitava e rolava.

E o coração? O coração batia fora do peito, batia no ouvido, batia na mente, batia em outro peito. Batia...Batia... E bate.

E tudo passou do nada a mais bela representação estética. É a cena principal. O grande ato.

A montagem cênica há tanto desejada estava pronta. Abram-se as cortinas, alguém ordenou!! DEUS, certamente !!

Uma frase, um olhar, um toque, uma decisão e bummm... Nos misturamos ao COSMOS. Pura propulsão.

Um bom dia...Um cheiro...Uma chama... E, de repente, o amor tomou conta do palco, se despiu de culpa e protagonizou.


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