Por
Patrícia Leite
Procuro
no silêncio as respostas que as palavras não propagam, não
explicam.
E
é na ausência dos sons que negocio respostas que gritam incertezas.
Nestes
instantes, em que as ondas sonoras não se propagam, é que percebo
os intervalos necessários para que a mente voe e peça pressa para
se fazer entender.
O
silêncio machuca. Dói como solidão de palavras que não se
expressam.
Mas
as palavras sempre cessam. E é no absoluto desta ausência que o
sangue corre ligeiro nas veias e o louco bate-bate do coração
torna-se ensurdecedor.
Tudo
é sofrida acústica inaudita... Pois que palavras que não são
libertadas são elementos que impulsionam agonia.
No
espaço livre, entre os sons e o silêncio, a
intensidade de
energia
da
onda
do
trágico se faz presente.
Nada
do que não foi falado
diminui
a
necessidade do debate interno.
Porque a barreira do som
não pode ser quebrada a partir da verborragia do silêncio?
Talvez,
porque até no silêncio é preciso que haja trocas. Ninguém
responde pelo outro... Apesar de o silêncio também trazer respostas.
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