segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

ANSIEDADE ACÚSTICA





Por Patrícia Leite

Procuro no silêncio as respostas que as palavras não propagam, não explicam.
E é na ausência dos sons que negocio respostas que gritam incertezas.

Nestes instantes, em que as ondas sonoras não se propagam, é que percebo os intervalos necessários para que a mente voe e peça pressa para se fazer entender.

O silêncio machuca. Dói como solidão de palavras que não se expressam.

Mas as palavras sempre cessam. E é no absoluto desta ausência que o sangue corre ligeiro nas veias e o louco bate-bate do coração torna-se ensurdecedor.

Tudo é sofrida acústica inaudita... Pois que palavras que não são libertadas são elementos que impulsionam agonia.

No espaço livre, entre os sons e o silêncio, a intensidade de energia da onda do trágico se faz presente.

Nada do que não foi falado diminui a necessidade do debate interno. Porque a barreira do som não pode ser quebrada a partir da verborragia do silêncio?

Talvez, porque até no silêncio é preciso que haja trocas. Ninguém responde pelo outro... Apesar de o silêncio também trazer respostas.




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